Embora as taxas de transporte de cargas por navio no Pacífico tenham retornado aos valores pré-COVID, no Atlântico essas taxas permanecem elevadas e ainda são mais do que o dobro do que eram em março de 2019. As taxas elevadas se devem às importações em massa dos EUA provenientes da Europa, especialmente de materiais de construção.
A taxa à vista do Índice Mundial de Contêineres da Drewry (WCI) de Rotterdam, Holanda, para Nova Iorque foi de $5.061 dólares por unidade equivalente a quarenta pés (FEU) na semana que terminou na quinta-feira. Essa taxa caiu 32% em relação ao pico do ano passado, mas ainda é 2,5 vezes superior aos valores de março de 2019. Enquanto isso, o Freightos Baltic Daily Index (FBX) colocou as taxas à vista do trecho entre a Europa e a Costa Leste em $3.891 dólares por FEU na sexta-feira, uma queda de 54% em relação às máximas de 2022, mas 2,3 vezes superiores aos níveis de março de 2019.
Segundo os dados da empresa norueguesa Xeneta, as taxas transatlânticas de curto prazo no sentido oeste atingiram o pico de 8.660 dólares por FEU em junho, e os valores médios atuais estão em $4.131 dólares. As taxas transatlânticas de longo prazo no sentido oeste atingiram o pico de $7.700 dólares por FEU em agosto e agora caíram para 3.700 dólares. O limite inferior da faixa está agora em 2.874 dólares por FEU, abaixo dos 6.950 dólares em agosto.
Os dados de importação, quando analisados pelo Código Tarifário Harmonizado de quatro dígitos, mostram que os materiais de construção e móveis domésticos estão impulsionando os volumes, com quatro dos cinco principais ganhos em 2022 em comparação com 2019 estando relacionados com materiais de construção e móveis domésticos. O maior ganho de volume foi o cimento ensacado Portland e outros cimentos, um aumento de 644.737 toneladas ou 101%. O maior declínio foi para as importações americanas de cerveja europeia, uma queda de 329.052 toneladas ou 22% em 2022 em relação a 2019. No entanto, as importações de aguardentes e vinhos europeus mais do que compensaram as perdas de cerveja, um aumento combinado de 338.518 toneladas em 2022 em relação a 2019.
Apesar das taxas elevadas, o processo de normalização começou, com as visíveis reduções nas taxas com tendência a diminuir ainda mais. Embora a linha transatlântica continue a ser a mais lucrativa das principais operações Leste-Oeste, a taxa por FEU por milha é muito mais elevada do que nas outras operações, o que deverá atrair cada vez mais capacidade para o transatlântico e reduzir as taxas. De qualquer forma, as transportadoras aéreas não estão aumentando a capacidade rápido o suficiente, e pode demorar mais tempo para normalizar o transporte no Atlântico.
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