A FedEx anunciou planos para reorganizar sua malha aérea, visando reduzir os custos em 700 milhões de dólares anualmente. A empresa planeja atingir esse objetivo realizando a transição para o transporte terrestre sempre que possível, aumentando a terceirização de voos, otimizando rotas diretas e simplificando atividades auxiliares de suporte, como manutenções.
A FedEx também investirá menos em suas próprias aeronaves, confiando mais em transportadoras parceiras para aumentar a capacidade. A reestruturação faz parte de uma iniciativa mais ampla de toda a empresa para eliminar 4 bilhões de dólares em custos estruturais e aumentar a rentabilidade até o final do ano fiscal de 2025.
A FedEx visa tornar a sua malha aérea mais concisa por meio de voos diretos, substituindo o serviço de caminhões em certas rotas de conexão para permitir a consolidação e aumentar os fatores de carga de aeronaves e contando mais com parceiros externos. Atualmente, a empresa possui uma rede pesada de ativos que depende de um sistema hub-and-spoke, no entanto, cogita mudar para um modelo leve de ativos no futuro. As aeronaves da FedEx serão reservadas para rotas de alta margem e tempo crítico, enquanto o aumento de voos diretos minimizará as paradas.
Além disso, a FedEx planeja redesenhar sua malha doméstica para enfatizar o transporte de superfície como a primeira opção e estimular a consolidação regional, com aeronaves usadas para transportes noturnos de alta qualidade. As alterações permitem que as equipes de logística utilizem aeronaves menores em algumas rotas e reduzam a frequência de cronograma, resultando em maiores fatores de carga e maior eficiência operacional.
A FedEx estima que o impacto combinado da revisão da malha aérea se traduz em 250 milhões de dólares em gastos reduzidos por ano. No entanto, analistas levantaram preocupações de que a redução de custos poderia vir à custa de confiabilidade operacional se houver mau tempo ou ausências não programadas de funcionários. Há também preocupações sobre se a FedEx terá o poder de redirecionar encomendas expressas aéreas para o transporte terrestre e utilizar hubs aéreos não centrais sem diminuir os níveis de serviço.
As alterações ocorrerão em grande escala no mercado Ásia – EUA. Além das modificações temporárias de voos feitas em resposta à desaceleração econômica e comercial global, a FedEx planeja diminuir as viagens aéreas transpacíficas em mais 30% nos próximos anos, consolidando remessas prioritárias em suas próprias aeronaves e rotas principais.
As alterações feitas pela FedEx são uma faca de dois gumes para provedores de transporte como a Cargojet e a Atlas Air. Por um lado, elas podem adquirir algumas oportunidades de negócios adicionais, mas, por outro lado, também podem ser suscetíveis a reduções de cronograma que antes pensavam ser improváveis. Isso pela suposição de que as transportadoras expressas eram obrigadas a operar seus aviões na capacidade máxima, independentemente do fator de carga, para honrar seu compromisso de entregar pacotes rapidamente.
A FedEx não está cancelando pedidos de cargueiros Boeing 767 e 777, ou pequenas aeronaves turboélice utilizadas para atender áreas rurais, mas recuará no crescimento futuro, uma vez que depende mais de parcerias de fretamento a longo prazo. As despesas de capital para a frota estão orçadas para cair de 2,3 bilhões de dólares no último ano fiscal para 1,5 bilhão no ano fiscal de 2025.
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No geral, a reestruturação da malha aérea deverá resultar em poupanças de custos significativos para a FedEx, mas há preocupações sobre os possíveis efeitos das modificações na confiabilidade das operações e na qualidade do serviço prestado. A empresa está otimista que as mudanças permitirão que ela alavanque para um modelo mais leve e otimize a sua malha para maior eficiência.
