O mercado de frete nos Estados Unidos observou mudanças consideráveis nas demandas, indicando uma mudança na dinâmica da cadeia de suprimentos. Ao analisar as solicitações de capacidade dos carregadores (OTVI), uma comparação com junho de 2019 demonstra uma perceptível redistribuição de carga para a metade leste do país. A região sudoeste, particularmente o Texas, apresentou um crescimento considerável, enquanto a região noroeste experimentou a queda mais significativa em termos de variação percentual devido à escassez de frete.
Embora certas mudanças possam ser atribuídas às consequências econômicas pós-pandemia e à estabilização dos padrões de consumo durante a recuperação da cadeia de suprimentos, também há uma mudança de longo prazo na distribuição doméstica de frete que reflete uma transformação sustentável.
É importante reconhecer que 2019, referido com frequência como o último ano “normal” antes da pandemia de COVID-19, foi há quatro anos. Mesmo durante períodos estáveis, muitas coisas mudam em quatro anos, embora a pandemia tenha certamente acelerado a mudança recente.
O Midwest americano permanece como a principal origem de fretes, enquanto as regiões Noroeste e a Mountain Prairie apresentam a menor atividade.
Um fator que contribui para a mudança é a correção do estoque. Devido ao ajuste das práticas de pedidos por inúmeras empresas para sincronizar o abastecimento e taxas de consumo mais lentas, houve uma diminuição nos volumes de carga provenientes da Costa Oeste. Esta diminuição é esperada, uma vez que a Costa Oeste serve como o principal ponto de entrada para mercadorias internacionais. Embora algumas empresas ainda tenham estoque para descarregar, os principais varejistas estão se aproximando dos níveis de estoque desejados.
O último Índice de Gestores Logísticos indica uma ligeira redução nos níveis de estoque, com um valor de 49,5. Valores abaixo de 50 representam retração, enquanto aqueles acima de 50 indicam expansão. Este é um contraste considerável com o ano anterior, quando os níveis de estoque estavam em rápida expansão, com valores acima de 70.
Com os estoques alinhados com a demanda, certos padrões de encomenda mantiveram-se relativamente consistentes. Ao rastrear os dados alfandegários que monitoram os volumes de contêineres que entram nos portos, é evidente que os volumes de entrada no Porto Houston dobraram em comparação com junho de 2019. No entanto, os volumes combinados nos portos do Sul da Califórnia de Long Beach e Los Angeles diminuíram.
O mundo pós-pandemia viu um impulso para a diversificação da cadeia de suprimentos, conduzido pela necessidade de mitigar os riscos de interrupções. As equipes de aquisição estão ativamente buscando por múltiplas fontes para proteger a sua exposição. Consequentemente, os padrões de frete estão se afastando do fluxo tradicional de mercadorias nos EUA.
Os impactos vão além da queda da demanda na Costa Oeste. Mesmo no meio da região, os padrões de frete estão passando por uma transformação. A cidade de Phoenix, outrora um mercado onde as transportadoras tinham dificuldades para encontrar mercadorias, agora emerge como um significativo mercado de saída, embora os volumes de entrada ainda sejam maiores. Em comparação com junho de 2019, Phoenix testemunhou um aumento substancial de 66% nos volumes de licitação de saída, enquanto o mercado centrado na distribuição em Ontário, Califórnia, encontrou um declínio de 14%. Caso essa tendência continue, o mercado em Ontário, que já foi facilmente administrável, agora pode enfrentar riscos de serviço elevados.
Em resumo, a evolução do mercado de frete espelha as mudanças implícitas que ocorrem mesmo em um mercado de transporte rodoviário frouxo. À medida que a capacidade se alinha mais estreitamente com a demanda, os fornecedores de transporte podem enfrentar novos desafios na gestão de rede. Os gestores de transporte devem monitorar atentamente essas mudanças nos padrões para gerenciar proativamente os riscos potenciais relacionados a serviços e custos.
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